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Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, 13 de julho de 2010.
Abraçam -nos
apertam nossas mãos,
fingem atingir as raias da compreensão,
dançam nos limites de nossos limitações.
Oferecem a mão.
Por trás, inventam , sonegam, estendem a perna
para um grande escorregão de quem estava
Desarmado ou disponível.
Esquecem tudo que já se lhes ofereceu.
Roubam sem pudor
e quando vamos procurar nosso prórpio naco,
Respondem que “o gato comeu”,
E se tentamos retornar a um lugar cedido,
Dizem:”Quem sai ao vento, perde o assento”.
E logo conosco, que acreditamos
Na verdade inconteste: “faz a força, a união” .
Afinal “uma andorinha só, não faz verão!”...
Afastam com mil estratagemas , quem os auxiliou
E colocam em nossa boca palavras não ditas,
Inventadas por eles, malditas...
E nos entristece ver pessoas queridas
Caírem na rede que usam para nos derrubar
-e às vezes, a esses amigos inconsistentes
preferem acreditar nas linhas dos novéis
Que em nossos antigos e fortes carretéis.
Fazem jogo duplo, são sonsos e traem amigos,
porque traição perpassa pela deslealdade
e os liames da afetividade, da entrega , na amizade,
têm a ver com confiança, afiliação, respeito.
Há os ingênios que se deixam enredar
com histórias, artifícios, estratégias :
sempre têm ciúme do Outro
e querem caminhar seus caminhos.
Esquecem que em uníssono
são mais ouvidas as vozes,
mas se fazem surdos e mudos no conjunto
enquanto registram idéias alheias.
Depois copiam os hinos e poemas, contos e causos,
crônicas e opúsculos
que e apresentam, assinando a autoria.
Voam condores e jogam-lhes pedras.
Voam beijaflores e esses invejosos
queimam os jardins para que não possam
polinizar nem encantar o mundo.
Voam borboletas e lhes arrancam as asas
para fazer bandejas meramente decorativas.
Se é preso em jaulas e masmorras de incompreensão
um coração poeta, vão até lá, prestar pseudo-auxílio,
oferecer soluções impossíveis de alcançar.
São capazes de ofertar empréstimos de préstimos
e sorrir quais aqueles que nos amam de verdade.
Viajam e surrupiam as possibilidades dos Outro
-que muitas vezes sequer as deseja:
sob a pele de cordeiros mansos a balir,
são predadores insensatos, inconsequentes ...
Consola-nos no entanto, saber que embaralhados
Nas próprias maldades e mentiras
Caem quais as pedras frouxas numa avalanche de inconsistências...
Enquanto nós, resilentes e em paz,
Seguimos a trilhar as trilhas,
embalados nos braços da Verdade
-dama que sempre reaparece, quando menos se espera...